quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Capítulo VI


Eu não estou falando por talento, eu estou falando por cólera.
– E o meu silêncio é uma coroa de canivetes se estreitando nos anéis de minha garganta.
- Você foge com tanta sutileza!
- Você fode com tanta sutileza!

E chamemos de poesia o que muitos chamam por proeza, por pobreza, safadeza, loucura do ser. Mas isso tudo é poesia e no teu corpo há uma enguia, revirando-se por dentro, quase elétrica, pronta para morrer. Mas Deus não a mata! E se Deus não a mata! Vamos viver! (?)
E se Deus! não há mata para se esconder, porque não viramos índios e não chamamos chuva e não fazemos vulvas de escargots = pratos caríssimos que comeremos com limão. Uma gota dos seus olhos verdes, e apenas limão?!


***


Um versinho:
“Eu vi a lua saindo
Com três estrelinhas do lado,
A do meio vem dizendo
Que Malvina tem namorado...”

- Malvina não tem namorado! Malvina está só!

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